Posicionamento político de direita é duas vezes maior que o de esquerda no Brasil, indica pesquisa
- Adriano Novo
- 12 de jan.
- 2 min de leitura
De 2018 a 2023, o número de brasileiros que se declaram como "de direita" mais que dobrou. Veja as principais pautas analisadas.

A pesquisa "A Cara da Democracia" buscou mostrar como anda o cenário político do Brasil de acordo com a opinião da população.
Segundo os dados coletados pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação (IDDC), 24% dos brasileiros se consideram "totalmente de direita", enquanto 11% se identificam como "totalmente de esquerda".
Em 2018, a porcentagem de brasileiros que se considerava "totalmente de direita" era de 9%, segundo o IDDC. No mesmo ano, apenas 6% da população se considerava de esquerda.
Níveis de posicionamento político
A avaliação do Instituto vai de 1 a 10, sendo a nota 1 "totalmente de esquerda" e 10 "totalmente de direita"; 5 é "centro". Em 2018, as posições políticas vencedoras eram:
não sei - 34% da população, e
centro (nota 5) - 17% da população.
Em 2022 e 2023, o maior posicionamento político da sociedade brasileira se tornou de direita, superando a porcentagem do "centro" (atulamente 16%) e "não sei" (atualmente 12%).
Pautas conservadoras são maioria?
Segundo o jornal O Globo, a maioria da população adere a pautas conservadoras em questões sociais polêmicas. Segundo a pesquisa do IDDC, algumas das principais pautas conservadoras da sociedade brasileira são:
79% é contrária a legalização do aborto;
70% é contrária a legalização das drogas;
65% é favorável à redução da maioridade penal.
Posições progressistas em crescimento
A pesquisa também mostra que pautas morais consideradas "progressistas" estão crescendo entre a população brasileira. Algumas delas são:
53% é favorável a adoção por casais gays;
59% é contra a prisão de mulheres que assassinem seus filhos durante a gestação;
46% é favorável ao casamento civil de homossexuais;
53% é contrária a privatizações no setor público.
Mas o que é esquerda e direita?
É possível agrupar as diferentes visões políticas em dois grupos? Lucas Ferrugem contesta esse modo de ver a política, questionando:
"Afinal de contas, onde fica a linha divisória, isto é, onde acaba a esquerda e começa a direita? Ao tentarmos investigar isso, deparamo-nos com diversas complexidades, por exemplo: a definição de direita e esquerda não é a mesma em todos os países. E mesmo dentro do mesmo país, não há consenso claro entre diferentes vertentes, embora haja semelhanças. Essas definições constituem o primeiro obstáculo e quando mal aplicadas podem nos conduzir ao reducionismo. Dentro do grupo denominado direita existe divergência em pautas essenciais, como o aborto, legalização das drogas e mais".
Entenda como surgiram os termos "esquerda e direita" e veja teorias que buscam analisar a política de forma mais clara e específica com a matéria "Quando acaba a esquerda e começa a direita?".
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